Feliz Natal pelo calendário Juliano
Pela Igreja Ortodoxa, o Natal, nascimento do Cristo é comemorado em 7 de janeiro. Então, estamos em período Natalino ainda, Desejo a todos, ortodoxos ou não, um Natla abençoado e cheio de Paz e Amor. Apesar, que acredito, que Natal, confraternização, deva ser todos os dias do ano. Não apenas, um único dia.
Peçamos então, ao Menino, ao Cristo, que restabeleça a Natureza, em que nós homens, semelhantes,em não sei em que a Deus, estragamos, e aos poucos ela está se vingando de nós, pelos nossos que estão nas cidades queocorreram enchentes, devastação.
Que o Senhor tenha misericórdia de todos. Feliz Natal.
Pesquisa: Wikipéia, Calendário Juliano e o texto abaixo da Igreja Ordoxa.
Peçamos então, ao Menino, ao Cristo, que restabeleça a Natureza, em que nós homens, semelhantes,em não sei em que a Deus, estragamos, e aos poucos ela está se vingando de nós, pelos nossos que estão nas cidades queocorreram enchentes, devastação.
Que o Senhor tenha misericórdia de todos. Feliz Natal.
Pesquisa: Wikipéia, Calendário Juliano e o texto abaixo da Igreja Ordoxa.
O Natal entre os Ucranianos
Natal representa para todos a festa do nascimento do Menino-Deus, o
Messias, o Enviado, Jesus Cristo.
Cada nação tem as suas particularidades, costumes e tradições nas
celebrações deste evento. Na Ucrânia isto não é diferente. O Natal é uma
festa muito rica, de vários costumes, populares e religiosos, que
engrandecem e enaltecem o acontecimento.
Os ucranianos na pátria mãe e em alguns
lugares da diáspora comemoram o Natal no dia 7 de janeiro, pois seguem o
calendário juliano, que foi implantado pelo Imperador Júlio César no
ano 46 a.C., distinguindo-se bastante já neste porém, em relação ao
calendário da Igreja no Ocidente, de Rito Latino. Em 1582, o Papa
Gregório XIII promulgou o calendário gregoriano que tem uma diferença de
13 dias. Assim, o dia 7 de janeiro do calendário «novo» equivale ao dia
25 de dezembro do calendário «antigo». Entre os ucranianos no Brasil,
os Católicos seguem o calendário gregoriano e os Ortodoxos seguem o
calendário juliano. Embora a diferença de calendário, os costumes e
tradições, tanto religiosas como populares, são mantidas por ambos, com
muito respeito.
A festa do Natal é precedida por um período de preparação.
Inicia-se no dia 27 de novembro (14 de
novembro no calendário gregoriano) com a festa do Apóstolo São Felipe.
Chama-se este período de «Pelêpivka». Este tempo é realçado por um
período de jejum e penitência, na espera do tão almejado hóspede, o
Filho de Deus.
Durante este tempo de preparação para o
Natal, um momento importante é a celebração da Festa de São Nicolau. No
calendário gregoriano, dia 06 de dezembro, no calendário juliano, dia 19
dezembro. São Nicolau é um dos santos mais populares na Ucrânia, embora
seja natural do Oriente Médio (cidade de Izmirna, hoje na Turquia).
Bispo da Igreja, sempre se destacou pela suas obras de misericórdia e
amor fraterno ao próximo. Estes seus gestos sempre tocaram os corações,
por isso, são vários os ícones que representam este constante culto a
ele prestado em todo o Oriente. Entre os ucranianos, é considerado o
patrono dos agricultores, defensor dos animais, patrono do inverno.
Porém, acima de tudo, é o patrono das crianças. Por isso, no dia de São
Nicolau, costuma-se realizar a troca de presentes entre as pessoas, e
presentear, de um modo especial, as crianças. Quem entrega os presentes
para as crianças? O próprio São Nicolau. Ele é representado em suas
vestes de Bispo oriental, uma pessoa idosa, meiga e carinhosa para com
as crianças. Geralmente é acompanhado pelos anjos, que trazem os
presentes a serem distribuídos. Representa a bondade, a generosidade, o
bem. Porém, na representação de São Nicolau, aparece também a
representação do mal, através de uma pessoa mascarada que representa a
tentação, o vício, a desordem, o pecado. No diálogo com as crianças, as
perguntas dirigem-se em forma de um questionário sobre o bem que elas
praticaram ou podem praticar. O presente é a recompensa pelo bem
praticado. No Ocidente, São Nicolau foi substituído pela figura do Papai
Noel.
Um significado todo especial para a véspera
de Natal entre os ucranianos é a realização da Santa Ceia. Ela encerra o
período da «Pelêpivka», quaresma de preparação ao nascimento do Filho
de Deus. É a festa da família. Reúnem-se todos para a ceia, na
celebração de um ritual todo especial. Inicia-se a preparação com a
limpeza da casa, tudo deve estar bem asseado para a visita dos
familiares, pois juntos estão à espera do hóspede maior. A dona da casa
deve estar, neste dia, atarefada com a preparação dos pratos do ritual
que serão consumidos durante o jantar. No interior, nas colônias, o dono
da casa deve cuidar da sua «hospodarka», a propriedade, procurando
fazer a limpeza de todos os espaços de sua «fazenda», alimentar bem os
animais, pois eles também fazem parte da realidade da casa.
Ao entardecer, todos os membros da família devem estar reunidos. Como deve estar preparada a casa e a mesa da ceia?
Prepara-se a «ialenka» – árvore de Natal.
Qual o seu significado? A árvore sempre indica para o alto. Lá em cima,
deve estar presente a estrela. Ela indica o caminho. Assim como foi para
os magos do Oriente. Ela nos guia para o Deus que vem, que é e que será
presença entre todos. A árvore é enfeitada com vários adornos, entre
estes, os doces, que serão depois apanhados por todos e consumidos. São
dádivas, presentes de Deus derramados sobre a humanidade através do
Filho Jesus.
Quando todos estão já reunidos, o dono da
casa – hospódar – traz um feixe de trigo, para dentro da casa. Dá-se a
este feixe de trigo o nome de «didukh». Representa ele os antepassados,
os falecidos, bem como a fartura, a boa colheita, o progresso, o bem
estar das pessoas. O «didukh» é trazido para dentro de casa como um
ritual sagrado, com respeito e colocado, então, em um lugar de destaque,
anteriormente preparado. A mesa da ceia natalina é forrada com o feno,
coberto depois com a toalha bordada. Que representa este feno? A
«manjedoura» onde será colocado o Menino. Como a mesa farta, assim
também o Filho de Deus trará as bênçãos para todos na família. Deve ser
ele acolhido com o calor humano das pessoas, no relacionamento familiar,
na unidade e bem estar. Costuma-se colocar sobre a mesa um castiçal de 3
velas que simbolizam a Santíssima Trindade (O Pai, o Filho e o Espírito
Santo). No assoalho, sob a mesa, coloca-se a palha de trigo, junto com
os instrumentos do trabalho do campo: o machado, a enxada, o «serp»
(instrumento para a colheita do trigo), entre outros. São ali colocados,
pedindo, para que em toda a propriedade estejam presentes as bênçãos de
Deus. A ceia está pronta. Ela deve ser servida quando a primeira
estrela aparecer no céu. No inicio, o dono da casa convida a todos para a
ceia. Todos devem estar presentes. Fazendo a oração pela família, o
«hospódar» - o dono da casa - saúda a todos com as palavras: «Khrestós
Rodêvcia!» (Cristo nasceu!). Todos respondem: «Slavimo Iohó»
(Glorifiquemo-lo). Em seguida, o «hospódar» serve, para todos os
presentes, um pequeno pedaço de pão embebido no mel. Que a vida familiar
seja sempre alegre, unida, vivida no bem estar humano e espiritual. Em
algumas regiões da Ucrânia e em algumas famílias aqui no Brasil, o dono
da casa convida para a ceia também as «tempestades, as enchentes, o
granizo, as geadas, os ventos». Espera-se em silêncio. Como não se ouve a
resposta, o dono da casa responde: «Como as tempestades, as enchentes, o
granizo, as geadas, os ventos, não foram dignos de aceitar o nosso
convite para a ceia, que também não apareçam durante o ano, quando não
convidados».
Em seguida, serve-se a ceia. Ela é composta
de 12 pratos. No passado, representavam eles, os doze meses do ano. No
cristianismo, os doze apóstolos, discípulos do Divino Mestre que
anunciam a sua mensagem. Cada cristão deve anunciar o bem, testemunhando
a doutrina do Divino Mestre Jesus.
Eis alguns dos pratos que devem ser servidos:
1 - «Kutiá» – grãos de
trigo cozido adoçados com mel, passas de frutas (uvas) e nozes ou
castanhas e sementes de papoula. O trigo representa a fartura, o
progresso, o bem estar. O mel, que a vida deve ser temperada com a
alegria da saúde, do bem estar, na amizade, na unidade familiar.
Simboliza o trabalho do agricultor e das abelhas. Também representa os
entes queridos que faleceram. Elo entre os vivos e os mortos.
2 - «Borchtch» – sopa de beterraba e repolho, servida com pão de centeio.
3 - «Mlêntsi» ou «Nalêsneke» – tipo de panquecas.
4 - «Varének» – espécie de
pastel (tipo ravióli) que antigamente era recheado com repolho, trigo
sarraceno (mourisco), ameixas, geléias ou sementes de papoula. Embora o
recheio de batata com requeijão tenha se tornado popular entre nós, na
ceia de Natal era raramente usado, uma vez que para nossos ancestrais,
há centenas e centenas de anos atrás, a batata era desconhecida,
chegando à Ucrânia somente por volta dos séc. XVII e XVIII. Na região
da Galícia (Ucrânia Ocidental) é chamado de «perih», enquanto na Ucrânia
Oriental «perih» é uma espécie de pãozinho branco assado no forno
contendo algum recheio.
5 - «Holubtsí» – rolinhos
de repolho - espécie de «charuto», com trigo sarraceno, cebola e
cogumelos, enrolado com folha de repolho. É cozido no vapor ou em
«banho maria». Na Ucrânia são preparados com folhas de repolho em
conserva em virtude da neve, sendo que em outras estações do ano são
usadas folhas frescas de repolho ou de beterraba.
6 - «Krujalkê» – espécie de repolho cozido, temperado com água, sal e iguarias.
7 - Peixe em conserva.
8 - Várias espécies de pão, biscoitos de mel.
9 - «Kácha» – espécie de cevada moída, preparada com iguarias.
10 - «Hrebê» – espécie de
cogumelos cozidos, preparados em forma de salada ou em forma de molho,
para serem consumidos junto com os demais pratos.
11 - «Kalatch» ou «Kolatch»
– pão doce – em algumas regiões com recheio de doces de frutas. O pão
representa a colheita do ano e é adornado com uma vela que iluminará a
mesa e deve permanecer sobre a mesma durante 3 dias.
12 - «Kompot» ou «Uzvar» –
compota feita das mais variadas frutas guardadas em conserva desde o
verão (cereja, ameixa, pêra, maçã, uva). Em algumas regiões é preparada
com bastante calda de forma que pode ser usada também como suco,
substituindo as bebidas alcoólicas.
E ainda temos outros pratos: «kapusniák»
(sopa de repolho), «perijkê» (pasteizinhos assados recheados com
repolho, ou com doces de frutas), pepinos e outros mais.
Український борщ | Вареники |
Obs.: A ceia deve ser
preparada com produtos não gordurosos que possam representar a água, o
ar e a terra, pois ainda nos encontramos no período de quaresma
«Pelêpivka». Ela só encerra-se à meia noite, quando da participação de
toda a família na Divina Liturgia na igreja da comunidade.
Durante a ceia, iniciam-se os cantos
natalinos – «Kolhadê». Eles nos falam do nascimento do Menino Jesus. A
alegria deve ser contagiante neste momento da ceia. Cada um saúda os
presentes, iniciando uma «Kólhada». Elas continuam até o final da ceia. É
comum em todas as famílias deixar sempre um lugar a mais preparado
durante a ceia. Este lugar pode representar algum familiar ou amigo que
não tem a possibilidade de estar festejando o Natal em uma família, bem
como representar aqueles que passaram desta terra para a eternidade:
eterna é a lembrança deles entre todos.
Quando todos terminam a ceia, saem para a
participação da liturgia na igreja da comunidade. Nada se retira da
mesa. Ela deve permanecer assim, pois a crença diz que os «ausentes»
virão tomar a sua parte na refeição da ceia.
Na Igreja, na celebração litúrgica, ouve-se
muito as «kolhadê», canções natalinas. Todos cantam e saúdam-se com a
saudação típica para a festa do Natal: «Khrestós Rodêvcia» – «Slavimo
Iohó». (Cristo nasceu – Glorifiquemo-lo.) As canções natalinas serão
entoadas nas igrejas até o dia 02 de fevereiro (calendário gregoriano).
Após a celebração na igreja, grupos de
pessoas, geralmente homens, organizam-se para visitar as famílias e
saudá-las com o canto das «Kolhadê». Vão de casa em casa. As famílias os
recebem. São saudadas pelos cantores – «kolhadnekê» - que levam
consigo uma estrela grande feita de «soloma» (palha de trigo) e também
um «vertép» (presépio). Nesta saudação, deseja-se o bem estar para
todos, o progresso humano e espiritual, a saúde, a boa colheita.
Geralmente estes cantores são recompensados, não apenas com as
guloseimas costumeiras, mas também com uma recompensa em bens materiais,
que serão destinados ao bem estar de toda a comunidade.
Elaborado por: Pe. Daniel Kozlinski
Fontes:
IVAN SENKIV – «O Natal nas tradições populares e litúrgicas» (em ucraniano) em «Nache Jytiá», dez/1977.
IULIAN KATRIY – «Piznai svii obriad», Padres Basilianos – Toronto.
Calendário juliano
O calendário juliano foi implantado pelo
líder romano Júlio César, em 46 a.C., como uma importante e substancial
alteração no calendário romano. Foi modificado ainda mais em 8 d.C.,
pelo imperador Augusto, e os nomes dos meses sofreram ainda várias
mudanças ao longo do Império Romano. O calendário juliano acabou
sofrendo sua última modificação em 1582, pelo Papa Gregório XIII, dando
origem ao calendário gregoriano que foi adotado progressivamente por
diversos países, e hoje é utilizado pela grande maioria dos países
ocidentais.
O calendário juliano, com as modificações
feitas por Augusto, continua sendo utilizado pelos cristãos ortodoxos em
vários países. Nele os anos bissextos ocorrem sempre de quatro em
quatro anos, o que hoje acumula uma diferença para o calendário
gregoriano de 13 dias.
Calendário gregoriano
O calendário gregoriano é o calendário
utilizado na maior parte do mundo e em todos os países ocidentais. Foi
promulgado pelo Papa Gregório XIII a 24 de Fevereiro do ano 1582 para
substituir o calendário juliano.
Gregório XIII reuniu um grupo de
especialistas para reformar o calendário juliano e, passados cinco anos
de estudos, foi elaborado o calendário gregoriano, que foi sendo
implementado lentamente em várias nações. Oficialmente o primeiro dia
deste calendário foi 15 de outubro de 1582.
O calendário gregoriano é o que hoje em dia se usa e distingue-se do juliano porque:
O calendário gregoriano é o que hoje em dia se usa e distingue-se do juliano porque:
• Omitiram-se dez dias (5 a 14 de Outubro de 1582).
• Corrigiu-se a medição do ano solar,
estimando-se que este durava 365 dias solares, 5 horas, 49 minutos e 12
segundos, o equivalente a 365,2424999 dias solares.
• Acostumou-se a começar cada ano novo em 1 de janeiro.
• Nem todos os anos seculares são bissextos.
Para um ano secular ser bissexto tem de ser múltiplo de 400. Deste modo
evita-se a diferença (atraso) de três dias em cada quatrocentos anos
existente no calendário juliano.
A mudança para o calendário gregoriano
deu-se ao longo de mais de três séculos. Primeiramente foi adotado por
Itália, Portugal, Espanha e, de modo sucessivo pela maioria dos países
católicos europeus. Os países onde predominava o luteranismo e o
anglicanismo tardariam a adotá-lo, caso da Alemanha (1700) e Inglaterra
(1751). A adoção deste calendário pela Suécia foi tão problemática que
gerou até o dia 30 de fevereiro. A China aprova-o em 1912, a Bulgária em
1917, a Rússia em 1918, a Roménia em 1919, a Grécia em 1923 e a Turquia
em 1927.
As Igrejas ortodoxas do Oriente continuaram a
usar o calendário juliano até 1923, quando muitas adotaram o seu
próprio calendário juliano revisto em vez do gregoriano. Utilizam ainda o
calendário juliano para determinar a data da Páscoa.
Origem: Wikipédia
Pesquisa, complementação e revisão: Olga Nadia Kalko,
dez/2008
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